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A Consciência do Mar

O Oceano como um TodoÉ essencial a qualquer povo ou nação marítima, sobretudo no momento histórico atual, a existência de Consciência Marítima nos seus cidadãos, nos líderes das várias atividades e no seu governo.

 

Para Portugal, tal afirmação é aplicável por maioria de razão.

 

Com uma grande tradição e memória colectiva marítima; uma posição geopolítica que constitui uma verdadeira centralidade Atlântica, logo, global ou planetária; com uma história de sabedoria nas relações com os diferentes povos; e tendo sido o actor fundador da primeira globalização – a que, nos séculos XV e XVI permitiu ao mundo e aos seus povos conhecerem-se e relacionarem-se.

 

A Consciência Marítima

Num Mundo e num século virado para o Oceano em todas as suas expressões, é verdadeiro imperativo nacional a Construção de Consciência Marítima nos seus cidadãos e de Consciência Marítima Estratégica nos seus líderes das várias actividades e no seu governo.

 

Quem tem Consciência Marítima pratica e promove as acções relativas ao meio marinho, exige o conhecimento e promove a investigação científica no Oceano, promove a segurança do espaço marítimo, apoia o desenvolvimento e afirma uma cultura marítima portuguesa

 

Podemos definir Consciência Marítima como a qualidade de, por um lado, compreender o Valor do Oceano em todas as suas dimensões de uma forma holística (porque engloba todas as áreas de conhecimento) e global (porque relativa a todo o planeta) e, por outro, saber usar com Cultura Estratégica tal compreensão para reforçar esse mesmo Valor, especialmente nas dimensões ambiental, de defesa, de segurança e do desenvolvimento, incluindo-se neste último todas as suas dimensões, designadamente a científica, a económica, a cultural e a social.

 

O Valor do Oceano como um Todo

O oceano deve ser visto e tratado como factor de desenvolvimento e de criação de riqueza e como factor de afirmação de poder nacional soberano, sempre no respeito pelo seu essencial papel no equilíbrio ambiental do planeta.

 

O oceano assume-se assim como o centro definidor e promotor da afirmação e desenvolvimento das nações marítimas e da civilização marítima do séc XXI. Sê-lo-á, cada vez mais, nas próximas décadas.

 

A Estratégia Multilateral

Marinha de MoçambiqueUm dos pontos importantes a reter é a visão de Portugal não como país periférico, mas sim como país de articulação transatlântica e também de articulação entre a Europa e o Norte de África e entre o Atlântico Norte e o Atlântico Sul, onde o Brasil e alguns Países Africanos de Língua Portuguesa assumem especial relevo. Estas articulações são reforçadas por terem suporte significativo no mar.

 

Só uma visão míope pode impedir que um Estado costeiro, como o nosso, exerça a sua influência nos grandes espaços marítimos que lhe estão jurisdicionalmente afectados.

 

Há que lembrar que Portugal, possui uma área terrestre de cerca de 90.000 Km2, a que corresponde o 110º lugar no ordenamento dos países em função da sua dimensão, mas que sobe abruptamente nesse ranking quando são contabilizados os espaços marítimos sob soberania e jurisdição nacionais, devido ao facto de o Estado português possuir a 11ª maior área mundial de águas jurisdicionais.